Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...
Abandonado
Pela rua
Arredando pé
Vejo um velho de rosto esfomeado
De mão morta pedindo esmola
Veste um corpo cansado e sujo
Todo ele imundo!
A sua barba preta e branca
Mostra um passado presente
Um futuro sem
esperança
Mas dança…
Quando vê o sorriso de uma criança
E sorri ao amor
E cheira uma flor
Porque já há algum tempo não cheira
E adormece
Porque esteve demasiado tempo acordado
E morre...
Porque ninguém quis que vivesse
2 comentários:
"Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável."
(Augusto Cury)
Cumprimentos
É verdade Fernando muitas vezes somos nós que escolhemos a vida que queremos ter, nem todos estão sozinhos porque foram abandonados...muitos optaram por esse modo de vida...nós somos os principais responsáveis pelo que somos.
beijinhos
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