Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

segunda-feira, 9 de março de 2015

Acordas para o dia
Adormeces para a noite
Enrolas os sonhos nos lençóis
Estendes os beijos na corda
um a um amarrados com uma mola
Recolhes os beijos ainda resfriados pela alvorada
Fazes contas…
Contas que te saciam para uma semana
Retornas ao quarto em busca de um sorriso esquecido
Pousa arrojado na cama
Aglutinas o sorriso no teu rosto
No sítio devido
Ocultando a gota
dum rosto mais triste
num corpo contido


SML