Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

sexta-feira, 8 de março de 2013

Ser Mulher


Sou mulher
Sou a lua
Sou o orvalho a madrugada
Sou o cristal sou a pedra
Sou um castelo na praia
Sou um junco que dobra
Uma lágrima em queda
Sou a brisa que passa
E o abraço que por ti espera
Sou a luz que te alumia
Sou a escuridão que te inquieta
Sou um sorriso
Uma  vida
Um ser
Que te completa


Sílvia Mota Lopes