Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

olho pela janela ...que vejo eu? escrito de fresco:)

 
Olho pela janela
As ondas bailam com o vento
Ao longe um barco à vela
E os meninos tristes vestidos de areia
Brincam contentes com as pérolas do mar
As estrelas lá do céu dormem acordadas à espreita
Daquela canção a mais linda
Aquela canção de embalar
Olho pela janela
Vejo a areia a ser beijada pelo mar
E naquele toque tão lindo
vejo-a indefesa corar
Que mais vejo eu
Quando olho pela janela?
O majestoso sol a esconder-se
Para ver a lua acordar

Sílvia Mota Lopes

2 comentários:

FA disse...

Lindo, reflexivo e intenso...
Bjs

Sílvia Mota Lopes disse...

Um poema simples....como eu:)