Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

sexta-feira, 4 de maio de 2018


O amor evoca vontade e inteligência,
 a arte, amor e pasmo.

Talvez o céu tenha a cor que cada um lhe quiser dar, ou que as estrelas brilharão mais se as sacudirem. 
Que o carrossel se manterá em movimento se souberem da sua existência. 
Que a relação mais íntima levanta pó e provoca reação imediata nos olhos. 
Que o medo pode ser um pássaro morto.
O tempo, uma âncora num cais de lodo.
Talvez a mão seja, para uns, o peso da forma, para outros, a essência da percussão.





Talvez nunca é. Talvez sim, talvez não.

Talvez as palavras supliquem voz, ou apenas silêncio.

SML


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