Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Eu vou
Por ai vagueando
por entre o nada
destemida
fraca inundada
presa nas asas
acorrentada
a voz do silêncio
rouca se atrasa
passos dançantes
dormentes em brasa
por onde caminham?
sem estrada
na sombra do desejo
na força do beijo
na procura da verdade
no esquecimento deixo

Sílvia mota lopes

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