Da nebulosidade inicial, o Homem limpa os olhos, descobre o silêncio, caminha para o dia em direção à luz. O sagrado não se oculta, está em si, nele, no Homem, à procura da claridade que decorre por entre as mãos.
Do obscuro saber, o mito esmaga a exterioridade, leva o Homem à viagem interior, onde as cores revelam a presença do sagrado que se esmagam no encontro da sensibilidade, no ventre.
Da coisificação absurda, rodeante, o Homem projeta no universo, na tela, a desordem onírica, que espera, necessita, do olho, da água, da lágrima que dá ordem, sentido.
Na inquietude individual, o artista, o pintor, olha o mito, agarra a cabeça, mergulha nas cores, limpa os olhos, desvela a vida.
A Vida...

sábado, 12 de janeiro de 2019











Não deixes que te apaguem as palavras,
nem o brilho dos teus olhos.
Sabemos que há velhas casas, fome e tristezas acolchoadas nas paredes.
Resiste à cidade, a todas as feridas e bombardeamentos.
Não há milagres, nem viagens ao paraíso.
Nunca estamos seguros, mesmo quando bebemos o silêncio da vida.
Chega o momento em que somente importa o que é belo e amamos.
Assim teremos sempre o alimento que nos nutre.

SML